10 tendências de 2021 para
o marketing acompanhar
De sociedade e meio ambiente a finanças e tecnologias: como devemos olhar para 2021, ano que carrega expectativas positivas
O estado global de emergência trazido pela pandemia acabou remodelando, criando e transformando uma série de novos hábitos em todas as sociedades ao longo do ano. Tendências que já vinham sendo acompanhadas se aceleraram e muitas outras se concretizaram nos mais variados temas.
Diante disso, vem a grande pergunta: como devemos olhar para 2021, um ano que carrega, principalmente, expectativas positivas das pessoas?
Nosso time de Coolhunting e Planejamento foi atrás dessa resposta e lançou um estudo que analisa as principais tendências para o ano, divididas em quatro temáticas principais: sociedade, meio ambiente, finanças e tecnologias e formatos.
“Todo tipo de relatório tem um viés do próprio olhar da pessoa que o fez e é impossível prever todas as tendências, porque elas estão constantemente mudando. Pensando nisso, fiz uma dinâmica com algumas squads da OLIVER, principalmente de social, para que indicassem o que achavam que era tendência no universo de cada um. Isso ajudou pra que tivéssemos uma visão macro, diversa e que vai ‘além do próprio quadrado’, explica Aline Santos, Supervisora de Tendências e responsável pela produção do documento.
Intitulado “Guia de Tendências para 2021”, o estudo está disponível gratuitamente para download e faz, ainda, algumas previsões e humores para cada mês de 2021, como a tristeza em fevereiro pela falta do Carnaval e a ansiedade para o Rock in Rio em outubro, somada à percepção de que o ano está acabando e ainda há metas a serem cumpridas.
Criado para orientar marcas e times de marketing ao expor temas relevantes para o período, o guia baseou-se em dados e análises da World Global Style Network (WGSN), WhiteRabbits, Sebrae, redes sociais, entre outros, resultando em um total de 24 tendências. Destas, destacamos 10 para acompanhar de perto nos próximos meses. Confira:
1. Cobrança por posicionamento
Seguindo o curso do ano anterior e entendendo que 2021 é um período pré-eleição presidencial, com diversas pautas sociais, ambientais e sanitárias explodindo, será exigido o posicionamento de marcas e influenciadores. Caso não venha conforme esperado, o “cancelamento” estará à espera nas redes sociais. Vale lembrar que, em uma sociedade em que o antirracismo é uma das principais pautas, não se manifestar já será considerado um posicionamento.
2. Etarismo
O preconceito contra idosos (etarismo) é um mal que se fortificou com a pandemia e o chamado “grupo de risco”, estigmatizando esta faixa etária em relação à saúde, capacidade, empenho e fragilidade. Ainda assim, vem ocorrendo uma aceleração da digitalização da terceira idade que contribui para a pluralidade do que significa ser idoso fora dos estereótipos criados.
3. Revisão do consumo
A crise econômica somada à crise climática causam uma revisão do consumo através de ondas de adesão ao minimalismo, de compras mais frequentes em brechós e a preferência por marcas que pensam em produtos sustentáveis, mantendo o custo-benefício. Movimentos como a compra de pequenos produtores permanecerão como forma de consumo sustentável e projetos de consumo de energia solar podem ficar mais visados nesse momento.
4. Green New Deal
O Green New Deal (GND) é um planejamento de investimento estatal massivo em sustentabilidade, pensado como motor de reaquecimento econômico por gerar novos empregos em sua implementação. Em meio à crise econômica global, o novo presidente dos EUA, Joe Biden, traz o GND como protagonista de seu plano de governo, propondo que o país implemente ações e assuma “papel de liderança” nas metas previstas.
5. Puberdade da educação financeira no Brasil
A dificuldade financeira levou muitos brasileiros a aprender mais sobre finanças, seja para manter a empresa, gerar nova renda ou cuidar melhor das finanças pessoais, sob a ameaça de enfrentar uma crise financeira mais severa. Com isso, iniciativas de influenciadores, Sebrae, Banco Central, bancos e financeiras estão olhando para esse despertar no país, mesmo sabendo que a realidade de boa parte da população não permite muito planejamento. Gamificação, planilhas pronta de organização financeira e cashback entram como os mais procurados pelos consumidores como formas mais fáceis de pensar a todo momento sobre suas contas.
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6. Fortalecimento de fintechs de diversidade
Diferentemente dos EUA, que tiveram desde o princípio bancos destinados exclusivamente para a população negra, no Brasil este cenário se fortaleceu com o movimento Black Lives Matter e após bancos e fintechs falharem no posicionamento antirracista. Empresas como o Black Money ganharam mais espaço e, no final de 2020, a população LGBTQIA+ ganhou o primeiro banco dedicado no país, sendo assim esperada a expansão desse movimento em 2021.
7. Próximo passo da internet – mas chega a todos?
As compras online aceleraram na pandemia, mas ainda assim aproximadamente 30% da população brasileira não tem acesso a internet e outros 58% acessam apenas pelo celular, um método que irá fortalecer as vendas por apps como WhatsApp. A chegada do 5G, somada às brigas entre EUA e China, também serão discutidas em 2021, trazendo para o Brasil a questão de que os aparelhos celulares ainda não suportam a nova tecnologia, sendo necessária uma campanha massiva e incentivo da indústria para a troca dos aparelhos. Discute-se também uma forma de entregar internet para todos como direito básico ou, ao menos, para alunos no sistema EAD.
8. Segurança na internet
Este ano, a LGPD, que está em vigor desde 2020, terá sanções administrativas validadas a partir do mês de agosto, o que significa que, a partir do segundo semestre, empresas que não estiverem cumprindo a lei serão punidas. Cobranças por parte da lei e dos consumidores serão maiores. Outro ponto de atenção para 2021 é o fato do Brasil ter o 2o maior público em aplicativos que trocam rostos de políticos e celebridades, prática que pode dificultar ainda mais o combate às fake news em um ano pré-eleitoral.
9. Parcerias entre marcas
Sendo 2020 um ano marcado pela solidariedade, onde marcas se uniram em prol de causas e lançamento de produtos, serviços ou campanhas, a parceria tende a se manter e crescer durante 2021, tornando-se uma prática mais frequente, inclusive entre concorrentes.
O momento é de união. 💙 Por isso, nos unimos a outras marcas de sabonete por um bem maior. Vamos juntos @naturabroficial @oBoticario @rexonabr @granado_oficial @Lux_Brasil @perfumariaphebo @johnsonsbabybr #LavarParaCuidar de nós e de quem amamos? Acompanhe a thread. pic.twitter.com/5TQDHRRbjM
— Dove Brasil (@DoveBR) June 25, 2020
10. Marcas entram nos games
O boom do mercado gamer não é novidade, mas é notável a forma como mais marcas estão entrando no cenário e como os games têm aberto portas e se articulado para que isso aconteça de forma recorrente. Sendo o Brasil o 3o maior mercado do mundo no universo dos E-Sports, o investimento no setor se mostra ainda mais promissor.
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Bônus: formatos promissores
Seis formatos cresceram em 2020 e se mostram promissores para seguir se concretizando este ano, sendo eles:
– Telegram e a necessidade de criar uma política de combate às fake news em sua plataforma;
– Lives se consolidando como um formato e-commerce, com o Youtube se estruturando para ter o próprio hub de e-commerce;
– O Instagram lançou o formato Guia, similar a um blog, que traz conteúdos mais extensos e bem elaborados à rede;
– Reels de 1min pode ser a próxima atualização do Instagram para se equiparar ao TikTok ;
– Redes sociais por assinatura e WhatsApp com anúncios pagos nos Status estão mais próximos de se tornar uma realidade;
– A apresentação de dados por meio de infográficos se mostrou um sucesso na disseminação de informações sobre a Covid-19 e o formato tende a crescer para outros campos.