Duas cabeças pensam melhor que uma, mesmo que a outra seja um robô
Felipe Delphorno
A inteligência artificial (IA) existe há décadas, mas foi recentemente que ela se tornou um nome conhecido. Seu papel no marketing ainda é objeto de debate, mas já existem algumas aplicações concretas desta tecnologia que já começaram a mudar a forma como trabalhamos. Neste artigo, exploraremos como a IA está sendo usada para a criação de conteúdo, quais tipos de ferramentas de análise de dados os profissionais de marketing podem esperar usar no futuro próximo e por que a IA será capaz de nos tornar mais criativos ao reduzir tarefas de baixo nível, como a entrada manual de dados e análise.
O que a inteligência artificial significa para o marketing?
A inteligência artificial está aqui para nos ajudar, e não nos substituir.
A IA é uma ferramenta que fará os profissionais de marketing serem mais criativos, e não tomar o lugar deles. Vivemos em uma época em que as pessoas estão preocupadas com robôs tomando seus empregos, mas a inteligência artificial tem o potencial de liberar tempo para os profissionais de marketing automatizando tarefas repetitivas e ajudando-os a se concentrar em projetos de alto valor que produzem resultados. A IA não pode criar algo a partir de nada; ela precisa de orientação dos humanos para ser eficaz. Os programas de IA mais bem-sucedidos serão aqueles que combinam a criatividade humana com o aprendizado de máquina, permitindo que todos façamos nossos trabalhos melhor do que nunca – seja você um graduado em MBA ou um profissional experiente!
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AI está sendo usada para criação de conteúdo
Alguns anos atrás, a IA tinha dificuldade em escrever frases que faziam sentido. Hoje, ela pode escrever artigos aprofundados sobre qualquer coisa que você lhe atire – e fazê-lo com uma velocidade e qualidade que muitos escritores humanos teriam dificuldade de igualar.
A IA tem sido usada para gerar cobertura de notícias desde pelo menos 2017, quando o Washington Post publicou um artigo escrito por seu bot de IA chamado Heliograf. Não foi jornalismo inovador de forma alguma – era apenas razoável -, mas ainda assim foi uma grande realização dada a fase inicial do desenvolvimento dessa tecnologia na época.
AI é mais que análise de dados
Ela pode ser usada para criar conteúdo e automatizar tarefas de nível baixo, o que é extremamente útil no marketing. Por exemplo, a AI pode ser treinada para coletar palavras-chave de artigos publicados por concorrentes que a sua empresa pode querer usar em sua própria estratégia de criação de conteúdo. Isso reduz a quantidade de tempo gasto coletando dados manualmente e permite que você se concentre em criar conteúdo original que seja significativo para o seu público.
A AI também pode assumir alguns dos aspectos tediosos do marketing de conteúdo; se você tem uma grande lista de assinantes que se inscrevem somente porque recebem conteúdo gratuito de você toda semana, então faz sentido que a AI escreva esses artigos enquanto você se concentra em outras coisas como engajamento nas mídias sociais ou desenvolvimento de produtos.
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AI reduzirá tarefas simples
A IA pode reduzir a necessidade de tarefas repetitivas que ocupam muito do seu tempo. Isso libera tempo para você se concentrar em pensamentos de nível superior, como solução de problemas e criatividade. A IA também será capaz de realizar tarefas que exigem mais criatividade e tomada de decisão humana, como diagnósticos médicos e conselhos financeiros.
AI nos tornará mais criativos
O que você pensa primeiro quando imagina um trabalhador criativo? Um designer, talvez, ou um engenheiro. Mas e um contador? Ou um professor?
Imagine ter uma reunião com sua equipe e poder deixar seu computador rodando em segundo plano enquanto você se concentra em tarefas de nível mais alto, como ajudá-los a criar ideias ou explicar como o AI pode ajudá-los a fazer seus trabalhos melhor. Imagine poder enviar relatórios para processamento para que você não precise gastar duas horas com a entrada de dados. Imagine ensinar alguém novo a usar um software sem precisar explicar cada passo separadamente – tudo porque o próprio software é projetado para aprendizado e compreensão eficazes.
A verdade é que a AI será capaz de fazer muito mais do que apenas tornar nossas vidas profissionais mais fáceis e rápidas; ela também nos fará mais criativos como indivíduos, liberando tempo e energia para nos concentrarmos em criar coisas verdadeiramente únicas e valiosas.
A AI será sua próxima colega de trabalho. E tá tudo bem
Provavelmente você está se perguntando: como a IA me ajudará a ser mais criativo? O que a IA pode fazer que eu não posso? Posso confiar nela? A resposta é sim, e explicaremos por quê abaixo.
Se você estiver preocupado em perder o emprego, não se preocupe; a IA não vai dominar o mundo de nenhuma maneira ou se tornar uma entidade consciente que quer te destruir (embora isso tenha acontecido em ‘O Exterminador do Futuro”). Em vez disso, a IA vai nos ajudar a alcançar maior sucesso no trabalho e na vida, liberando nosso tempo para podermos nos concentrar em tarefas que exigem criatividade em vez de trabalho braçal mundano. Ela não vai substituir empregos também – apenas vai torná-los mais fáceis para as pessoas que têm sonhos de fazer algo mais com suas vidas do que sentar atrás de uma mesa o dia todo!
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Não podemos esperar para ver o que o futuro reserva. Em sua melhor forma, a IA será uma ferramenta incrível que nos ajuda a trabalhar de forma mais inteligente e rápida. Ela pode ajudar os profissionais de marketing a entregar conteúdo melhor para suas audiências e dar-lhes mais tempo para se concentrar em tarefas criativas, como desenvolver estratégias ou pensar em novas ideias. Em seu pior, a IA pode ameaçar nossos empregos ou até mesmo nossa existência como seres humanos em geral. Mas devemos sempre lembrar que a inteligência artificial nunca substituirá completamente a criatividade humana – e ela não deveria tentar! Ainda temos muito tempo antes que os robôs tomem conta de nosso mundo e o transformem em seus playgrounds distópicos cheios de carros voadores e música incrível da 2ª era dos Beatles (ou qualquer outra coisa).
Conclusão Humana
Com a alta no hype gerado pelas ferramentas de inteligência artificial, especialmente a estrela da vez, ChatGPT, resolvi me aventurar na “última moda” do marketing.
Como nunca havia utilizado nada similar – talvez aquele curso básico de programação durante o ensino médio, algumas décadas atrás -, minha experiência não foi fácil, mas nem de longe trabalhosa.
Comecei a entender melhor as possibilidades e os exemplos, ler matérias de veículos de comunicação e até mesmo vídeos no Youtube. Depois de algumas tentativas e erros, colocar o input, analisar o texto, achar raso, pedir mais detalhes, escrever inputs mais específicos, demorei um tempo para entender de fato a dinâmica da coisa.
Em alguns momentos chegou a ser frustrante, provavelmente pela minha falta de experiência, especialmente com a arte, criada pelo Dall-E, com inúmeros resultados bizarros e que nem de longe seriam satisfatórios, mas finalmente, depois de algum tempo vendo tutoriais, consegui chegar em algo razoável.
Provavelmente, um diretor de arte com um pouco de experiência teria me entregado o que pedi de primeira, porém mesmo depois de 15 imagens frustradas consegui um resultado bom que não demorou mais de 10 minutos.
Já na parte textual, restou o problema da síntese do texto, com resultado bem simples, e acabei me contentando com a versão acima. Testei várias ferramentas diferentes para escrever, traduzir e por aí vai.
O texto começou bem, explicando alguns pontos interessantes de como a AI ou ChatGPT e suas variações, não estão aqui para nos substituir e sim para agregar. É fato que muitas das frases utilizadas passaram pela minha cabeça e eu teria feito algo similar.
Porém, durante a evolução do texto a coisa ficou um pouco menos interessante, independente do parágrafo a inteligência artificial bateu constantemente na mesma tecla, de que não irá nos substituir e sim nos dar mais liberdade para exercermos atividades mais criativas. E assim seguiu, sem muita evolução. Alguns exemplos rasos e, várias vezes, simplesmente trazendo o mesmo ponto de formas diferentes. Suspeito que o ChatGPT – ou as demais inteligências artificiais utilizadas nesse texto – estavam tentando me tranquilizar demais sobre não nos substituir.
Fica evidente que o texto está engessado. Falha minha? Talvez. Falha do AI? Também. Demoraremos um tempo para me aprofundar nos comandos, assim como a inteligência artificial demorará para conseguir ser mais fluida e criativa como nós, humanos. Quem sabe em um próximo artigo ou mais algumas tentativas frustradas.
A questão aqui é: sim, podemos e devemos colaborar com tais ferramentas e não, elas não devem roubar nossos postos de trabalho. Tem coisas que só a genialidade humana ainda consegue criar. Mas acredito que uma dupla humano + inteligência artificial conseguem sim exceder o trabalho de uma pessoa sozinha. No final do dia, duas mentes pensam melhor que uma, mesmo que uma das duas seja um robô.